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Para garantir um treinamento para merendeiras bem-sucedido, é essencial considerar que elas são as profissionais responsáveis por preparar a merenda escolar e implementar tudo o que você planejou em seus cardápios e compras institucionais.

No início de cada ano, é sempre um desafio ter ideias para uma formação eficaz que envolva genuinamente as merendeiras. A longa rotatividade de pessoal neste setor, com muitos novos manipuladores de alimentos a serem contratados durante o ano letivo, dificulta a prestação de novas formações a estes profissionais.. Portanto, é crucial lembrá-los das práticas básicas de manuseio no início de cada ano, discutir a importância dos manuais de boas práticas e dos Procedimentos Operacionais Padronizados (POPs).

O treinamento deve ser produtivo e produzir resultados em sua prática. De nada serve reunir todos as merendeiras, uma ou várias vezes por ano, para dar palestras durante horas se não estiverem a prestar atenção ou a envolverem-se com o seu trabalho e o seu papel essencial na nutrição escolar. O fundamental é engajar esses profissionais e reuni-los, mostrando a importância que eles têm na implementação do planejamento do nutricionista. Sem eles, não podemos alcançar nossos objetivos de fornecer refeições adequadas, saudáveis, saborosas e atraentes. Além disso, mostrar que eles também são atores de desenvolvimento de educação alimentar nutricional no cotidiano da escola.

 

Como criar um treinamento para merendeiras eficaz?

 

Discutiremos duas sugestões sobre como abordar esses profissionais no início do ano para tornar o treinamento mais atraente para eles.

 

1. Formação participativa

 

Em primeiro lugar, é necessário realizar uma sessão de formação participativa. Não adianta falar de termos técnicos que são difíceis de entender. Em vez disso, devemos incentivar as merendeiras a fazerem parte do processo de formação. Por exemplo, podemos selecionar um tópico a ser abordado, como alimentação saudável. Durante o treinamento, use uma linguagem fácil de entender e sugira uma atividade que envolva pequenos grupos. Por exemplo, os grupos podem usar imagens para criar uma refeição saudável e, em seguida, explicar o raciocínio por trás de sua seleção de alimentos. Você pode discutir o conceito de uma refeição saudável, mostrar imagens de pratos com alimentos In Natura e minimamente processados. Além disso, explique a terminologia envolvida incluindo exemplos desses alimentos para melhor compreensão, uma vez que esses podem ser termos de difícil compreensão para algumas pessoas.

 

2. Oficina culinária

 

Outra abordagem que aplicamos em nossa prática é a oficina culinária, realizada na segunda capacitação anual. Nessa oficina, selecionamos e levamos para a prática culinária preparações que frequentemente sofrem preconceito, seja por utilizar ingredientes pouco conhecidos pelos manipuladores de alimentos ou por sofrer preconceito de professores, diretores e pais, o que pode dificultar sua introdução no cardápio escolar.

Durante a oficina, orientamos os manipuladores de alimentos na preparação dessas receitas, utilizando técnicas dietéticas e mostrando como torná-las saborosas e atrativas. Nós também ensinamos técnicas e formas de preparo que possam ser utilizadas no dia a dia para otimizar o tempo de preparo e execução. Incentivamos os participantes a experimentar as preparações ao final da oficina. Com isso, observamos que muitos que antes resistiam a determinados alimentos e preparações acabaram descobrindo que é possível ter uma alimentação escolar saudável, saborosa e atrativa, desde que utilizem as técnicas corretas e haja amor na cozinha.

 

Concluindo

 

Em suma, apresentamos duas dicas importantes para o planejamento das capacitações ao longo do ano, sendo a primeira realizada no início do ano e, se possível, realizar uma segunda e terceira ao longo do período letivo. Além disso, é fundamental durante o treinamento para merendeiras destacar a importância dos manipuladores de alimentos na alimentação escolar. Assim, mostramos que eles não são meros coadjuvantes. Para isso, é essencial utilizar uma linguagem acessível e clara, a fim de se comunicar de forma eficaz com a equipe. Os termos técnicos utilizados de forma simplificada garantem melhor compreensão. Com essas medidas, é possível otimizar o trabalho da equipe de manipuladores e contribuir para a oferta de refeições saudáveis e de qualidade nas escolas.